Irmãs Murialdinas de São José - Delegação Brasil/Argentina

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IRMÃ DELAIDE BALDASSO

“Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só, mas se morrer produzirá muito fruto”. (Jo 12,24)

Delaide, filha de Antônio Baldasso e de Margarida Bianchini Baldasso, é a 4ª entre oito filhos e filhas, nasceu em Fazenda Souza-Caxias do Sul-RS, no dia 29 de dezembro de 1919.

Embora, bastante arteira e vivaz, desde pequena foi muito piedosa e trabalhadora. Comovia-se facilmente, quando lhe diziam que havia gente muito pobre e que desconhecia a Jesus Çristo. Estes sentimentos oontribuiram para criar nela vocação missionária.

Ficou órfão de pai aos oito anos e meio. Agarrou-se muito a família, sobretudo a mãe. Gostava dos trabalhos do campo. Mas, percebia que Deus a chamava para a Vida Religiosa. Todavia, sentiu-se impulsionada a querer entrar como sócia na serraria com os dois irmãos dela, guiada, sem dúvida pela Providência, pois a madeira para a construçao da primeira casa das Murialdinas foi ela que a deu, da quota que lhe cabia.

Delaide não conhecia nenhuma religiosa, mas gostava de ler tudo o que dizia respeito às missões, aumentando, assim, nela, cada vez mais, a vontade de se consagrar a Deus e com o desejo de ser missionaria, pois nas revistas que lia, só encontrava religiosas missionarias.

Falou deste seu desejo a Padre João Schiavo, o qual lhe comunicou que estava para dar início, com um grupo de jovens, a Congregação Murialdina no Brasil, precisamente em Fazenda Souza. Depois de rezar e de se aconselhar, pediu para se integrar ao grupo pioneiro.

Delaide ingressou no postulado aos 20 de agosto de 1954 e, ao noviciado, no dia 20 de fevereiro de 1955.

Custou-lhe, no início, decidir-se definitivamente, por isto, retardou os votos por alguns meses e fez sua primeira profissão religiosa, plenamente decidida, no dia 03 de maio de 1956. Com todo o primeiro grupo, emitiu sua profissão perpétua, no dia 11 de fevereiro de 1964.

Em sua vida religiosa, irmã Delaide esteve nas seguintes comunidades: Ana Rech, do 1960 a 1965, como coordenadora; no Seminário Josefino de Fazenda Souza, nos de 1966 -1967. Nesse tempo fez parte do Conselho de Delegação; de 1968 a 1972 fez parte da comunidade do Colegio Santa Maria Goretti de Fazenda Souza. Na Cidade de Deus, em Porto Alegre-RS, passou os anos de 1973-1975. De então para cá, teve novamente a transferência para a comunidade do Goretti, onde permaneceu até o fim de sua vida.

Ir. Delaide tinha uma fé profunda e foi muito piedosa. Sabia ser agradecida pelo menor favor gue se lhe prestasse. Amou muito a Eucaristia e foi grande devota à Paixao de Cristo e a Nossa Senhora.

Quando já não podia podia mais trabalhar, mas estava consciente, passava horas na capela diante do Santíssimo. Foi difícil para ela ficar inativa. Ainda queria,pelo menos, fazer um pouco de crochê, embora não atinasse mais em contar os pontos. Mesmo depois de enferrma, quando consciente,acompanhava com fervor as orações que com ela se fazia, nos pequenos momentos de lucidez.

Por longos anos, Ir. Delaide sofreu em sua saúde, sendo a principal causa a diabete. Em fins de 1986, teve que se submeter a duas safenas e também teve que fazer urna reconstrução vascular numa das pernas. Antes disto, embora já diabética, ocorreu-lhe uma apendicite supurada que, graças a Deus e a intervenção do falecido Pe. Schiavo, correu tudo normal.

Irmã Delaide sempre quis viver a mais estrita pobreza, tanto assim, que, tendo herdado uma parte do Campo da família, quis, ainda em 1965, doá-lo à Congregação, com Escritura passada. Embora se dissesse a ela que, humanamente, teria sido mais prudente passar o legado em testamento, para depois da morte, ela pediu a devida licença para se desfazer de tudo ainda em vida, também de outras posses.

Ir. Delaide participou verdadeiramente e por longo tempo da Cruz de Cristo, quasi sempre muito serena e sabendo oferecer a Deus também por todos os Missionários. Sua agonia foi longa e sofrida. Faleceu às sete horas da manhã de ontem, enquanto na comunidade se tocava a Ave- Maria de Schubert.

Agora, Irma Delaide, terminaste tua via-sacra! Tu sabias que se o grão de trigo não morre, ele fica só. . .“ e tu, que querias ser Missionária,, o foste sobretudo pelo sofrimento, pelo trabalho escondido pela oração... Nesta hora, tu estás na Ação de Graças do Cordeiro sacrificado e glorioso; temos certeza de que teus sofrimentos também terminaram e, com o Deus de Infinito Amor, és plenamente feliz.

Olha agora para a tua Congregação, para teus irmãos, irmãs, sobrinhas, sobrinhos que tanto amaste, intercede por todos nós junto a Deus, para que, quando chegar nossa vez, possamos seguir teus passos.

Por isto, não te te dizemos adeus, mas até logo mais... e a ti, Deus conceda o prêmio que, em Jesus Cristo e com Ele mereceste.