Irmãs Murialdinas de São José - Delegação Brasil/Argentina

Quem Somos - Na Vida Eterna




IRMÃ MERCEDES SABADIN

“Em ti espero, Senhor: anseio por ti como o guarda pela aurora”. (SI 129)
À nossa pátria é o céu, de onde aguardamos, como Salvador, o Senhor nosso, Jesus Cristo” (Fi 3,20)

Irmã Mercedes nasceu no dia 17 de julho de 1922. Era filha de Ricardo Sabadin Tereza Nicolini Sabadin, que tiveram de Deus a graça de receber 12 filhos, dos quais 4 mulheres. Mercedes era a 4ª da turminha. Nasceu em Garibaldi- RS e foi aluna das Irmãs de São José, na mesma cidade.

Irmã Mercedes, desde nova queria ser religiosa, mas as circunstâncias lhe foram um tanto adversas. Aos 21 anos, esteve na cidade do Rio Grande-RS, na Beneficência Portuguesa, trabalhando como enfermeira (ronda), por 5 anos. Em seguida veio para Caxias do Sul-RS, no Hospital Pompéia, mas somente por cinco meses, quando foi convidada para trabalhar para as crianças deficientes do Educandário São João Batista do Ipanema, em Porto Alegre-RS, onde ficou por dois anos, voltando, em seguida para o Hospital Pompéia, sempre como ronda. Em 1952, pediu para fazer parte do grupo de jovens que iria dar o início à Congregação das Irmãs Murialdinas no Brasil, em Fazenda Souza-Caxias do Sul-RS.

Irmã Mercedes foi realmente o braço forte do Grupo das Pioneiras Murialdinas Brasileiras.
Entrou para o Noviciado no dia 20 de fevereiro de 1955 e fez sua primeira profissão, no dia 03 de maio de 1956. E realizou a profissão perpétua com todo o primeiro grupo, somente no dia 11 de fevereiro de 1964, depois da Aprovação Diocesana da Congregação Murialdina.

Como Murialdina, Irmã Mercedes passou a maior parte dos anos em Fazenda Souza. Foi primeiramente enfermeira devotada, ainda quando não havia para Fazenda Souza, nenhum outro socorro para a saúde e muito menos médico. Quantas vezes, de dia e de noite, era chamada para atender a domicílio e dar os primeiros socorros a pessoas que a procurassem. Todo o mundo recorda a Irmã atenciosa, silenciosa e prudente que dava toda a atenção à pessoa necessitada. Não tem número as pessoas que por ela foram atendidas, desde os primeiros tempos, quando ainda trabalhava no Seminario. Cuidou com incansável desvelo o Pe. João Schiavo, sobretudo em seus últimos meses de enfermidade.

Além de enfermeira, Irmã Mercedes, foi pessoa de responsabilidade na Congregação. Efetuou diversas viagens a serviço, também foi Superiora Delegada no Brasil, de 1976 a 1981. Pertenceu por diversos anos ao Conselho da Delegação, ocupou outros cargos. e jamais se omitiu de prestar qualquer serviço.

Se quisermos pintar aqui o retrato moral e espiritual de Irmã Mercedes, teremos dificuldade em fazê-lo, pois é certo que não o conseguiremos com as poucas pinceladas que agora podemos dar. Sabe Deus como Irmã Mercedes foi a mulher providencial, diríamos quase, a mão de Deus de emergência. Quantos casos ela solucionou! Deus permitiu que seus primeiros desejos de vida religiosa fracassassem, porque Ele a queria para ajudar a colocar os alicerces de uma Congregação que começava.

Na simplicidade de Irmã Mercedes e, na sua vida que parecia tão comum, não se via quanto de valor ela possuía. Dela podemos dizer que, realmente, levava a vida oculta em Deus. Eis depoimentos de algumas pessoas sobre nossa Irmã: “Era uma pessoa simples, discreta e serviçal”. “Sabia ter atitudes de Irmã, Amiga e Mãe “. “Era muito solidária na dor”. Aplica-se a ela o “Agir e Calar de Murialdo” , pois sabia ajudar a todos sem fazer alarde algum.

Havia algum tempo que Irmã Mercedes andava meio desanimada fisicamente e sem forças e tinha dificuldade de digerir alimentos. Mas, nunca se pensou que um mal a estivesse minando por dentro. Quando os exames revelaram o mal, e lhe foi dito claramente o que era, sem pestanejar, disse: “Se Deus quer que eu passe por isto, seja feita a sua vontade “. Com grande serenidade, aceitou a cirurgia. Pediu os Santos Óleos e os recebeu na Capela, diante de todas as Irmãs, na maior tranqüilidade. Antes de sair de casa, disse que talvez não voltaria mais, estava pronta a aceitar toda a vontade de Deus. Não queria encomodar ninguém e Deus a satisfez, pois saiu de casa com os próprios pés e, depois de 10 dias somente, foi trazida sem vida. Também não desejava ir para a UTI, por receio de morrer sozinha. Deus a contentou, porque três Irmãs a assistiram nos últimos momentos.

Irmã Mercedes, tua enfermidade foi rápida, assim como tu querias, para não incomodar a ninguém. Lá do céu, agora, junto ao poder de Deus, intercede pelos teus familiares, pela tua Congregação, por todos os que conheceste, a quem ajudaste com tanto desvelo, pela Comunidade de Fazenda Souza e por todos os que tiveram a felicidade de te conhecer.

Descansa em paz, no seio de nosso Pai comum e sê protetora de todos os que sempre confiaram em ti, pois não tens mais as limitações deste mundo.