Irmãs Murialdinas de São José - Delegação Brasil/Argentina

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Beatificação do Pe. João Schiavo

NOTÍCIAS DETALHES


21/08/2017 - RELIGIOSOS DO RS CELEBRAM OS 60 ANOS DA CRB

 
 
 

Com o tema “Vida Religiosa Consagrada do Rio Grande do Sul – Gratidão, Esperança, Cuidado pela Vida”, cerca de religiosos e religiosas participaram de encontro com o Cardeal dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Colégio Bom Conselho, no dia 19 de agosto, em Porto Alegre (RS). A principal motivação do encontro foi a comemoração do Jubileu de 60 anos de fundação da Conferência dos Religiosos do Brasil no RS (CRB/RS).

Na abertura do encontro a coordenadora Regional, Irmã Paula Schneider, lembrou que a CRB/RS foi fundada em fevereiro de 1957 e tem por finalidade estimular a vivência da vida consagrada. Também que o Ano jubilar é um momento de olhar e se pôr em ação na construção de uma sociedade em que todas as pessoas tenham sua dignidade reconhecida. “Nestes anos temos muitos motivos para celebrar, mas também queremos abraçar cada vez mais e com coragem a vivência mística e profética no meio do povo sofrido e explorado, em comunhão com a Igreja do Rio Grande do Sul, Brasil e de Roma, no cuidado da vida”, afirmou.

Na mesma ocasião, dom Jaime Spengler, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e presidente do Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou na mesa de abertura, que o dia é de celebração pela caminhada de décadas. “Vamos celebrar essas décadas de buscas, empenho, dedicação, desafios e conquistas. “A história do Rio Grande do Sul e do Brasil merecem ser reescritas com os óculos da vida religiosa. O que seria da evangelização do RS e do Brasil sem as religiosas e religiosos?”, indagou dom Jaime.

Mística, profecia e transformação

A conferência do Cardeal Aviz foi sobre o tema: “Mística e Profecia da Vida Religiosa Consagrada no mundo em transformação”. A mística, profetismo em tempo de mudança são três realidades centrais. A mística vem de mistério e causa uma atração forte no ser humano. “O maravilhoso mistério é o amor de Deus que nunca nos abandona. Essa é a profunda certeza que Deus nos ama. Essa é a nossa fonte de alegria que brota da experiência de Deus dentro do coração de cada um de nós”, frisou Cardeal Aviz.

A vida consagrada dificilmente se mantém sem a experiência pessoal com o amor de Deus que criou o ser humano para amar. Segundo Aviz, toda aquela mística do sacrifício, baseada no esforço pessoal de domínio da própria vontade, muda com o enamoramento de Deus. Desse encantamento nasce a profecia. A profecia é baseada nos três conselhos evangélicos: pobreza, castidade e obediência.

“Os conselhos evangélicos não são uma espécie de amuletos. É uma realidade que torna a pessoa livre humanamente e com o divino. Uma castidade que integra todas as dimensões belas da humanidade, pela efetividade e a sexualidade masculina e feminina. A integração torna o coração amado, alegre e profético que a humanidade percebe em nossos olhos e rostos”, afirmou dom João.

A pobreza, obediência e autoridade seguem juntas a partir do amor. Nenhuma visão sociológica consegue entender a obediência e autoridade. A ciência sociológica não consegue perceber a experiência do amor e só aponta as mudanças do comportamento da sociedade. “Num tempo de mudanças e transformações o religioso carrega um tesouro dentro de si, mas também sua humanidade, fragilidade. Às vezes não conseguimos transmitir este tesouro. É um momento de discernimento para a vida religiosa que a leve a entrar profundamente no mistério e naturalmente nos tornamos profetas”, destacou Aviz.

Numa sociedade líquida em que tudo desaparece num toque no celular as relações humanas perdem seu valor. Os modelos hoje não são mais feitos para um caminho de longos anos, mas de momentos. Essa é a situação atual da sociedade e que afeta a Igreja, a vida religiosa consagrado no mundo. Diante disso, Cardeal chamou a atenção para a importância da formação, da oração pessoal e, sobretudo, do testemunho diário no seguimento de Cristo. Também trouxe presente dados atuais da vida consagrada e as mudanças que o Papa Francisco propôs no Vaticano e seu reflexo na vida dos cardeais e pessoas envolvidas nos diferentes serviços prestados à Igreja a partir de Roma. Um dado preocupante é o envelhecimento dos consagrados, o baixo número de vocações e as desistências.

Mesa redonda e ressonâncias

À tarde houve uma mesa redonda com a participação do Cardeal dom João, Frei Luiz Carlos Susin e Ir. Maria Inês. Refletiram sobre a história da vida religiosa Consagrada no Rio Grande do Sul, missão, profetismo e perspectiva do futuro. Na ocasião, foram manifestadas diversas ressonâncias, o que criou um clima de diálogo franco e aberto entre os presentes.

O Rio Grande do Sul conta com a presença de cerca de 4.000 religiosos e religiosas, pertencentes a 67 Congregações (masculinas e femininas), constituindo 701 Comunidades. Além disso, são mais de 485 Irmãos religiosos e sacerdotes missionários gaúchos em outros Estados do Brasil ou em outros países. Também cerca de 700 Irmãs Religiosas missionárias atuam fora do Estado e em 74 países. Ainda, a presença de 14 Mosteiros de Vida Contemplativa. Para melhor servir, a Regional da CRB/RS conta com 21 Núcleos de Religiosos (as) nas 18 Dioceses gaúchas, integrados na missão evangelizadora da Igreja.

Mensagem da presidência nacional da CRB

Ao finalizar o momento formativo de celebração dos 60 anos da Regional Rio Grande do Sul, Irmã Maria Inês IMG_1426 expressou dois sentimentos: “O primeiro sentimento de gratidão pela vida consagrada e doada neste Regional. Agradeço a Deus pelos de ontem e de hoje. Quanta vida surgiu neste solo brasileiro e no exterior a partir de missionários e missionárias da terra gaúcha. Em todos os lugares que vou neste país encontro religiosos gaúchos. O segundo sentimento é de esperança. A esperança para nós é que nos amemos mais. Com isso vem o cuidado da Vida. Este é o carisma de toda a vida consagrada. Não tenhamos medo de abraçar a vida onde ela é mais ameaçada”, concluiu.